Palestrantes abordaram a influência dos meios de comunicação na reprodução do sistema capitalista
Teve início nesta terça-feira (6) o I Seminário Alagoano de Economia Política da Comunicação, organizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão Comunicação Multimídia (Comulti). O primeiro dia de debates contou com a participação dos professores José Marques de Melo e César Bolaño, além do Mestre em Comunicação Tiago Zaidan, num painel sobre a linha crítica da Economia Política da Comunicação (EPC). O evento segue até sexta-feira (9), das 19 às 22 horas, no Teatro Linda Mascarenhas (ao lado do Cepa).
Em sua apresentação, o professor José Marques de Melo (Cátedra Unesco/Universidade Metodista de São Paulo) traçou um panorama da Economia Política da Comunicação, desde o seu surgimento na Europa, no final do século XX , até sua aparição na América Latina, nos anos 60. Em sua abordagem, José Marques destacou as diversas correntes do pensamento da EPC, entre elas a linha marxista.
“Na Economia Política da Comunicação podemos encontrar duas vertentes; uma pragmática, corrente mais preocupada com as implicações práticas da comunicação, e a outra crítica, que se dedica a questionar as estruturas vigentes”, explicou Marques. De acordo com ele, a compreensão dos fenômenos da comunicação pela ótica materialista dialética se fundamenta no papel que os meios exercem sobre o processo de acumulação do capital.
Em seguida, o professor César Bolaño (ALAIC/Universidade Federal de Sergipe) resgatou o conceito de Indústria Cultural na perspectiva crítica da Economia Política da Comunicação. Ele explicou que a primeira ciência social foi a Economia Política, surgida no século XIX com o intuito de justificar a economia liberal.
De acordo com Bolaño, a linha crítica da EPC surge no século XX, a partir dos estudos relativos à Indústria Cultural, como resposta ao capitalismo, sob o comando norte-americano. “A Indústria Cultural faz a mediação entre os poderes e a massa, elas cumprem um papel de reprodução ideológica”, completou ele.
Por último, o integrante do núcleo de Crítica à Economia Política da Comunicação do Comulti Tiago Zaidan abordou o golpe de 64 e a disputa pelo poder através dos veículos de comunicação, analisando o caso da mídia impressa alagoana. Na explanação, Zaidan apresentou a ligação de jornais como a Gazeta de Alagoas com a elite política apoiadora do Golpe Militar de 1964. De acordo com ele, houve forte participação da mídia impressa alagoana em torno dos objetivos defendidos pelo movimento modernizante- conservador que deflagrou o Golpe.
SEMINÁRIO
O I Seminário Alagoano de Economia Política da Comunicação prossegue hoje, com o painel "Convergência Midiática e suas possibilidades de uso popular, com as apresentações dos professores Valério Cruz Brittos (Cepos/Unisinos- RS), Antônio Freitas (Comulti/UFAL) e Bruno Lima Rocha (Cepcos/Unisinos- RS).
Texto: Edja Jordan (Cepcom-Comulti).
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