A internet revolucionou a comunicação no mundo inteiro. As pessoas encontram-se na rede, em tempo real, trocando milhões de informações, gerando conhecimento (e negócios). Tudo é encontrado de forma fácil e ágil por meio de um clique. Há uma projeção da casa do usuário ao planeta inteiro através de uma rede eficiente, o ponto de conexão global. Contudo, não se pode esquecer que esta plataforma é, acima de tudo, uma expressão do sistema, e como tal deve ser encarada, o que de longe representa rejeição, mas incorporação crítica, buscando sua subversão.
Inseridas neste contexto de reconfigurações surgem ferramentas úteis para a vida das pessoas, no trabalho ou em casa. A internet é fonte inesgotável de diversão, lazer e conhecimento. Na sequência surgiram as redes sociais, verdadeiras febres, utilizadas para as mais variadas intenções, da autopromoção de pessoas em busca de fama a comunidades divulgando ideias, passando por soluções corporativas. Neste espaço social há liberdade sobre o que dizer (e, no caso, agir), desde que acessível uma conexão de banda larga, que segmenta seu cliente conforme suas possibilidades de pagamento ao meio digital.
Toda uma gama de possibilidades
Apesar de existirem as lan houses, locais de disponibilização de internet utilizados principalmente por setores de baixa renda, elas também excluem, por requererem pagamento. O público é dividido entre aqueles que podem realmente utilizar a rede de maneira plena, no horário que melhor lhes convier, e os que não podem usufruir destes benefícios. Trata-se de um problema social que se constitui em um desafio a ser ultrapassado para o país democratizar o acesso aos meios digitais. Usar plenamente a internet é poder dispô-la a qualquer momento, em casa, com uma conexão de rede capaz de trafegar dados com rapidez.
Outro obstáculo sério é a educação, faltando não raro capital cultural para o uso da internet com melhores resultados em termos de formação do indivíduo, sua inserção social e mesmo busca de rentabilidade, consequentemente. Em sites, comunidades e blogs, vários usuários puderam realizar seu sonho de aparecer para o mundo, mas com que objetivo? A educação é fundamental para utilizar a internet de forma responsável e cidadã. Pouco adianta bradar por revolução comunicacional se a rede é utilizada não só para consumir produtos das mesmas indústrias culturais dos meios tradicionais, mas para toda sorte de uso irresponsável.
A rede tornou-se um território onde tudo é aceito, transformando-se também em uma arma poderosa para cometer atos ilícitos contra os diversos segmentos da sociedade, incitando o ódio e ratificando preconceitos de raça, religião e classe social. Comunidades usam tom mais agressivo a fim de atingirem com maior efetividade seus objetivos. Nas ferramentas de interação social muitas vezes aflora uma espécie de patologia social, com indivíduos agredindo outros ou defendendo o neonazismo, enquanto torcidas incitam à violência e combinam brigas. Na internet há toda uma gama de possibilidades, em termos de informação e conhecimento, ao mesmo tempo em que se fica refém de variados modos de atos ilícitos.
Escravos da tecnologia
Na internet, há liberdade para a expressão de opiniões, mas o preço é caro. Os sujeitos são controlados, com seus dados sendo armazenados pelas empresas que realizam o serviço, por meio de algoritmos que exercem a função de vigias da rotina diária do usuário, em computadores tradicionais, cartões de banco e outras formas de registro de informações. Um problema que toma dimensões gigantescas, pois o controle faz do espaço proposto como democrático uma prisão, onde o usuário está confinado, com seus dados para possível utilização empresarial e mesmo política. Ele é atacado com a violação de e-mails, controle de navegação, oferta de produtos em espaços pessoais e outras imposições da tecnologia.
Com a simples presença de um chip no cartão, a pessoa é monitorada pelo banco, acerca de seus saques e pagamentos realizados, gerando o controle do cidadão. A vida passa vigiada a cada passo. Uma escravidão que aprisiona o internauta sem ele próprio saber que, desta forma, cai em uma verdadeira rede, estando sem ação frente às regras de jogo. Um jogo em que o usuário vai ao encontro do universal, numa sensação de liberdade total em frente a um computador, sem saber que os dados digitados e suas preferências estão sendo armazenados, seja pelo provedor de acesso, o navegador ou todo tipo de sítio de conteúdo.
A internet, a ferramenta que revolucionou a comunicação e a forma de entrar em contato com as pessoas dos locais mais remotos do planeta, converteu-se em um instrumento cujas consequências ainda não são inteiramente conhecidas. O ser humano torna-se frágil e pequeno em meio a todo este aparato tecnológico que armazena sua vida, desde dados preferenciais de consumo a endereço, passando por números de todo tipo de cartão de compra e identificação. É um caminho de difícil volta: o ser humano virou escravo de toda esta tecnologia, tornando-se dependente de um sistema que manipula, controla e ainda é pago.
Fonte: Observatório da Imprensa (Valério Cruz Brittos e Éderson Pinheiro da Silva).
Inseridas neste contexto de reconfigurações surgem ferramentas úteis para a vida das pessoas, no trabalho ou em casa. A internet é fonte inesgotável de diversão, lazer e conhecimento. Na sequência surgiram as redes sociais, verdadeiras febres, utilizadas para as mais variadas intenções, da autopromoção de pessoas em busca de fama a comunidades divulgando ideias, passando por soluções corporativas. Neste espaço social há liberdade sobre o que dizer (e, no caso, agir), desde que acessível uma conexão de banda larga, que segmenta seu cliente conforme suas possibilidades de pagamento ao meio digital.
Toda uma gama de possibilidades
Apesar de existirem as lan houses, locais de disponibilização de internet utilizados principalmente por setores de baixa renda, elas também excluem, por requererem pagamento. O público é dividido entre aqueles que podem realmente utilizar a rede de maneira plena, no horário que melhor lhes convier, e os que não podem usufruir destes benefícios. Trata-se de um problema social que se constitui em um desafio a ser ultrapassado para o país democratizar o acesso aos meios digitais. Usar plenamente a internet é poder dispô-la a qualquer momento, em casa, com uma conexão de rede capaz de trafegar dados com rapidez.
Outro obstáculo sério é a educação, faltando não raro capital cultural para o uso da internet com melhores resultados em termos de formação do indivíduo, sua inserção social e mesmo busca de rentabilidade, consequentemente. Em sites, comunidades e blogs, vários usuários puderam realizar seu sonho de aparecer para o mundo, mas com que objetivo? A educação é fundamental para utilizar a internet de forma responsável e cidadã. Pouco adianta bradar por revolução comunicacional se a rede é utilizada não só para consumir produtos das mesmas indústrias culturais dos meios tradicionais, mas para toda sorte de uso irresponsável.
A rede tornou-se um território onde tudo é aceito, transformando-se também em uma arma poderosa para cometer atos ilícitos contra os diversos segmentos da sociedade, incitando o ódio e ratificando preconceitos de raça, religião e classe social. Comunidades usam tom mais agressivo a fim de atingirem com maior efetividade seus objetivos. Nas ferramentas de interação social muitas vezes aflora uma espécie de patologia social, com indivíduos agredindo outros ou defendendo o neonazismo, enquanto torcidas incitam à violência e combinam brigas. Na internet há toda uma gama de possibilidades, em termos de informação e conhecimento, ao mesmo tempo em que se fica refém de variados modos de atos ilícitos.
Escravos da tecnologia
Na internet, há liberdade para a expressão de opiniões, mas o preço é caro. Os sujeitos são controlados, com seus dados sendo armazenados pelas empresas que realizam o serviço, por meio de algoritmos que exercem a função de vigias da rotina diária do usuário, em computadores tradicionais, cartões de banco e outras formas de registro de informações. Um problema que toma dimensões gigantescas, pois o controle faz do espaço proposto como democrático uma prisão, onde o usuário está confinado, com seus dados para possível utilização empresarial e mesmo política. Ele é atacado com a violação de e-mails, controle de navegação, oferta de produtos em espaços pessoais e outras imposições da tecnologia.
Com a simples presença de um chip no cartão, a pessoa é monitorada pelo banco, acerca de seus saques e pagamentos realizados, gerando o controle do cidadão. A vida passa vigiada a cada passo. Uma escravidão que aprisiona o internauta sem ele próprio saber que, desta forma, cai em uma verdadeira rede, estando sem ação frente às regras de jogo. Um jogo em que o usuário vai ao encontro do universal, numa sensação de liberdade total em frente a um computador, sem saber que os dados digitados e suas preferências estão sendo armazenados, seja pelo provedor de acesso, o navegador ou todo tipo de sítio de conteúdo.
A internet, a ferramenta que revolucionou a comunicação e a forma de entrar em contato com as pessoas dos locais mais remotos do planeta, converteu-se em um instrumento cujas consequências ainda não são inteiramente conhecidas. O ser humano torna-se frágil e pequeno em meio a todo este aparato tecnológico que armazena sua vida, desde dados preferenciais de consumo a endereço, passando por números de todo tipo de cartão de compra e identificação. É um caminho de difícil volta: o ser humano virou escravo de toda esta tecnologia, tornando-se dependente de um sistema que manipula, controla e ainda é pago.
Fonte: Observatório da Imprensa (Valério Cruz Brittos e Éderson Pinheiro da Silva).
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